"Baby blues" ou "blues" pós-parto


“Baby blues“ é definido como um conjunto de variações emocionais, psicológicas, hormonais e físicas sofridas pela mulher nos momentos seguintes ao parto.


Alguns dizem que é uma reação normal em resposta às alterações drásticas (biológicas) que a mulher vive após a experiência do nascimento do filho.


Eu tentava imaginar como seria isso, já que é um quadro normal em quase 100% das mulheres. Na verdade, temia a depressão pós-parto, que é um quadro mais severo do que o “blues”.
Meu momento de descobrir as sensações era chegado!


De fato, mesmo antes de sair da maternidade já sentia um misto de medo, insegurança e incapacidade de voltar para casa para lidar com a pequena e toda a novidade que o nascimento dela trouxe!


Logo me tornei a maior “chorona” de todos os tempos! Uma sensibilidade incrível aflorou em mim... me emocionava facilmente com qualquer informação!! A lembrança de uma letra bonita de música era suficiente para inundar o ambiente onde eu estivesse! Mas era uma sensação gostosa, de amor profundo e sofredor pela minha pequena!


Segui chorando por dias; engraçado, mas era um choro de alegria e emoção, não de tristeza! Mas isso se intercalava com cansaço, falta de sono adequado e MUITA irritação às vezes...


Como conversei muito com o Jô a respeito de todas essas coisas, ele já estava preparado para lidar com a situação, e acima de tudo, ter muita paciência!


Mas passa! Minha choradeira durou cerca de 15 dias e foi embora como se nada tivesse acontecido! Provavelmente o tempo que os hormônios levaram para se estabilizar, adaptação à nova rotina e um pouco mais de segurança nas tarefas de nova mãe!


Porém em meio às lágrimas, algumas coisas me marcaram!


Nos primeiros dias, minha mente buscou lá no fundo do baú uma música do Queen. Coisas da complexa mente humana!

“I was born to Love you
With every single beat of my heart
I was born to take care of you
Every single day of my life”


Identifiquei-me tanto com a letra dessa música, como se ela tivesse sido composta para mim naquele momento. Só o fato de lembrar a letra me fazia chorar, onde estivesse, em qualquer momento! E certamente, foram muitas às vezes que tive que dar explicações das minhas lágrimas de emoção e alegria.

Não se preocupe se passar por isso. É normal!


Saí de casa pela primeira vez depois que a Júlia nasceu para ir ao médico “tirar os pontos” (não havia pontos!). O consultório fica a 5 minutos de casa, bem perto. Antes de chegar lá com o Jô, já estava chorando de saudade da Maria Júlia, que havia ficado com minha mãe. Voltei da consulta aos prantos, abalada pela certeza de que não conseguiria mais viver longe da minha filha! E na sala de espera do consultório, outra música quase me mata de chorar. Tive que correr para o banheiro!

“Eu não existo longe de você, a solidão é meu pior castigo; eu conto as horas pra poder te ver, mas o relógio tá de mal comigo... futebol sem bola, Piu-Piu sem Frajola, sou eu assim sem você.....” e assim vai!


Ainda hoje ao lembrar, contenho as lágrimas!

Li algo muito bacana sobre o “blues”... “Alguns autores vêem no blues uma resposta emocional adequada e importante para a sobrevivência da espécie, dado que facilita a aproximação da mãe ao bebê... considerado um aumento da reatividade emocional aos estímulos... que promove a ligação mãe-bebê após o parto” (leia na íntegra o artigo sobre Blues no link http://csfeira.blogspot.com/2007/12/baby-blues-blues-ps-parto.html)


De fato, é tudo tão intenso, especial e importante que descobrimos porque o “cordão umbilical emocional” permanece para sempre ligado! (Meus pais que o digam!).

O Parto


A pedido da minha amiga de anos, Dani Smirne, segue meu relato do parto!

Resumindo os maravilhosos meses da gestação, não há momento mais esperado do que o parto! Sem dúvida, é a experiência mais marcante na vida de uma mulher (digo por mim!). Momento em que todos os sonhos e expectativas se tornam reais. Conhecer o rostinho do seu filho, a cor dos cabelos, abraçá-lo, sentir aquele corpinho pequeno, miniaturinha de gente, totalmente dependente de você.

Faltam palavras pra descrever o amor, a paixão, a ternura e apego que explodem dentro de nós e toma conta da nossa vida pra sempre. Nos apaixonamos e amamos nosso bebê desde que é um grãozinho de arroz, desde o momento em que sabemos que ele está dentro de nós. Mesmo naquele primeiro ultrasom, onde o que vimos aparentemente não passa de um pontinho, mas que já é nosso filho amado!

Os meses passam a inevitavelmente a gente chega na fase de não agüentar mais aquela barriga enorme e pesada. Começamos a desejar o fim daquele momento e o início do outro! Eu, particularmente, nas últimas semanas de gestação, ficava em casa, com minhas meias de compressão, pernas para o ar (literalmente pra cima, de repouso) indo do quarto para a cozinha, e para o sofá, e para o banheiro. Passear era tarefa difícil, já que o peso da pequena estava me matando de cansaço nas pernas. Perdemos a posição para sentar, deitar, dormir e tudo mais. Então, que venha o parto!

Eu ficava tão apreensiva que não via o dia de ter minhas últimas consultas de pré-natal, para o médico finalmente definir a data do parto. Pedi a ele que por misericórdia agendasse uma cesárea, já que não me sentia psicologicamente preparada para um parto normal (que tinha todas as condições para acontecer. Mas o mais legal é que nem o médico podia garantir a data. No fundo, eu sabia que seria no momento certo, aquele que Deus determinou e escolheu para a chegada da Maria Júlia.

Durante semanas minha mala da maternidade já estava pronta, junto com a da Jú e do Jô. Passava por ela todos os dias e olhava com carinho e frio na barriga! Pensava que a qualquer momento poderia pegar essas malas e sair correndo! Isso é o que mata as mais ansiosas como eu, por exemplo!

Finalmente, no último ultrasom, o doutor definiu o dia 26 de fevereiro de 2008, uma terça-feira. Minha pequena estava acima da expectativa quanto ao peso e tamanho. Isso explicava o tamanho da minha barriguinha!

Como queria ir toda arrumadinha para a maternidade, marquei unha, cabelo e afins para 1 dia antes... e adivinha o que aconteceu?? Papai do Céu tinha escolhido outro dia!

Na noite de 24 de fevereiro, domingo, pela primeira vez na VIDA poderia assistir ao Oscar, pela TV. Finalmente não tinha que trabalhar no dia seguinte, então estava disposta a apreciar o cinema! Foi quando comecei a sentir contrações... que ficavam mais intensas, acompanhadas de uma leve cólica, e cada vez em menor intervalo de tempo. Comecei a estranhar, pois estava diferente!

Foi quando notei uma discreta manchinha de sangue ao ir ao banheiro...
Chamei o Jo apressadamente, e fiquei com cara de “foto” olhando pra ele.
Quem conhece o Jo, sabe que a primeira reação dele foi tentar me acalmar, e como bom papai em preparo durante todos os meses da gestação, munido de todas as literaturas possíveis, já sabia até o que estava acontecendo!

Ligamos para o médico, que disse que ainda havia tempo... para eu me tranqüilizar, tomar remédio para a cólica, e ir na manhã seguinte para a maternidade. ATÉ PARECE QUE EU IA CONSEGUIR DORMIR COM AQUELA INFORMAÇÃO TODAAAA!

Mais do que depressa, falei pro Jo que preferia ir naquele momento ser examinada, mesmo que tivéssemos que voltar para casa com cara de bobos!

As contrações seguiam, a cada 5 ou 6 minutos. Fiquei monitorando durante 1 hora e senti, no coração e no ventre que o momento era chegado!

Pegamos as malas, prontas há semanas (!!) e saímos de casa, quase às 23h00, felizes, estupefatos, ansiosos e tudo mais! E o Oscar ficou para 2009!

Chegando à maternidade, fui atendida no pronto socorro.... pressão altíssima (de nervoso!), mas o restante tudo perfeito. Batimentos cardíacos da pequena, contrações, dilatação etc. Acertei, porque realmente já estava em trabalho de parto.
Foi uma das noites mais longas da minha vida! Vi todos os segundos se passando no relógio pendurado na parede... contração uma atrás da outra, mas as dores não pioraram porque eu estava medicada. O médico passou todas as instruções para que o parto acontecesse às 6h00 do dia 25/02.

Chegou o momento. O Jo passou a noite toda ao meu lado, me beijando, tentando me acalmar, orando comigo... antes das 06h00 ouvi a voz da minha mãe e da minha irmã tentando invadir o quarto onde eu estava, mas era área restrita! Como foi gostoso saber que eles estavam lá... meus pais, irmã e minha avó querida. O restante da família torceu à distância!

Meu médico e a anestesista passaram no quarto para conversar comigo e logo me encaminharam para o centro cirúrgico.

Muitas pessoas das equipes estavam lá; isso nos dá uma segurança bacana!

Eu tinha muito medo da anestesia... acho que é o que assusta a maioria das pessoas! Não da dor ou da aplicação em si, mas medo de algum efeito ruim que ela pudesse provocar. Tudo correu bem, apesar de que a sensação de não sentir as pernas é bem ruim! Só uma picadinha na coluna, quase imperceptível.

Logo o parto começou. Bom, vou pular a parte das emoções todas porque é em vão tentar explicar! A retirada do bebê é bastante rápida e sentimos os movimentos dos médicos puxando a criança! Ao ouvir aquele choro, todos dizendo do outro lado do avental que ela é linda, nasceu, o pai babando e tirando foto, chorei de alegria, grata a Deus por aquele momento fantástico que estávamos vivendo.

Quando colocaram a Maria Júlia nos meus braços, olhei pra ela e disse: “filha, você é bem-vinda, que Deus te abençoe, amamos tanto você”...

Então, nossos pequenos roubam a cena! Ficamos atentas aos relatos da equipe de pediatria neonatal, simplesmente ignoramos que nosso ventre está literalmente aberto, anestesiadas, passadas e queremos apenas saber do bem estar dos pequenos!
Para minha alegria e alivio as notinhas do teste de Apgar da Júlia não poderiam ter sido melhores: 9,5 no primeiro minuto de vida e 10,0 aos 5 minutos. Avaliação da respiração, batimentos cardíacos, reflexos, musculatura e cor da pele.

(Para maiores informações sobre o bebê e a mamãe após o parto, acesse o link
http://www.ebb.com.br/mostrar_gestantes.php?ref=14 )

E então, levam nosso bebê pra conhecer a família, o pai vai junto, a equipe some do centro cirúrgico e ficamos como quem chega a um fim de festa, sozinhas e cansadas, com o médico suturando nosso ventre por alguns bons minutos! Mas é tudo lindo e vale a pena! Imaginamos a festa lá fora, os avós, a tia e a bisa babando junto com o papai!

Fui para a RPA (recuperação pós-anestésica), onde somos medicadas, acompanhadas com monitoramento de pressão arterial e quando voltamos a mexer a perna (uuuffffaaaaaa), podemos ir para nosso quarto! O tempo de retorno varia de pessoa para pessoa, mas em aproximadamente 3 ou 4 horas já temos nossas pernas de volta!
As dores são suportáveis. Há quem diga que não sentiu dor alguma após o parto; só aquela sensação diferente de barriga vazia e vários quilos a menos de um segundo para o outro! É um alívio!

Minha recuperação foi muito tranqüila. Depois que voltei para casa, sinceramente não me lembro de ter tomado analgésicos; talvez 1 ou 2 dias apenas. Não posso reclamar de dor. Apenas o incômodo da cirurgia, mas que logo esquecemos, por 2 motivos: felicidade e falta de tempo para pensar na dor!
Algumas mulheres têm reações à anestesia, que é associada à morfina para diminuir a dor do pós-parto. Eu senti calafrios! Tremia muito e sabia que era reação da anestesia. E algumas horas após o parto, muita coceira (engraçado né?), também reação que é controlada com medicações e logo passa. Há mulheres que não sentem nada!

Até mesmo durante a cirurgia, algumas mulheres têm medo de sentir dor (impossível). Não se sente nada além de alegria! Até para as mais medrosas é um momento fascinante!

Para encerrar este capítulo, gostaria de ressaltar que Deus cuida das grávidas em dobro! Literalmente! Sentia o carinho de Deus sobre minha vida, me capacitando e renovando a cada dia.

Somente a Deus toda glória! Ao autor da nossa vida, nossa eterna gratidão!

“Quando uma mulher está para dar à luz, ela fica triste porque chegou sua hora de sofrer. Mas depois que a criança nasce, a mulher fica tão alegre, que nem se lembra mais do seu sofrimento” João 16:21

Vacinação na rede pública e particular



Como a gente fica feliz cada vez que vê a caderneta de vacinas mais repleta de carimbos e selinhos! É um alívio!

Metade do primeiro ano do bebê é rotina mensal – até mais. A vacinação tem um papel muito importante na prevenção de doenças comuns, chamadas benignas, moderadas e graves.

Optei por vacinar a Maria Júlia em clínica particular. Não por “frescura” ou desconfiança das vacinas da rede pública. Até porque eu cresci tomando vacinas nos postos de saúde e nunca fiquei doente! Mas ficamos com o coração apertado por causa das reações das vacinas da rede pública, que são elaboradas com vírus vivos; o que provoca reações mais intensas e indesejadas no bebê.

Então, colocamos a mão no bolso e estamos quase terminando todas! Graças a Deus! Exceto as de Hepatite B, que fiz em rede pública, o restante foi pago, por causa da forma do preparo, com vírus atenuados (acelular), o que minimiza muito o efeito da vacinação. A Júlia nunca teve reação alguma. Apenas na primeira dose da Pneumocócica Conjugada, aos 2 meses, ficou em estado febril no dia seguinte. Mais nada.

15 dias depois de tomar a vacina contra varicela (catapora), quando completou 1 ano, ficou com umas bolinhas nas costas... mas foi transitório.

Quero me ater na importância das vacinas que estão no calendário infantil apenas na rede particular. Na rede pública todas são muito eficientes, não tem custo e resolvem tanto quanto às outras (hepatite B, meningite por Influenzae, tríplice viral, pólio etc.). Porém, existem outras (Pneumocócica Conjugada e Meningocócica Conjugada, em 4 e 3 doses respectivamente) que previnem doenças gravíssimas, como os tipos mais severos e fatais de meningite e pneumonias causadas por meningococos. São vacinas caríssimas! E igualmente importantes.

Na época de iniciar as primeiras doses, fui questionada por algumas pessoas: “ah, mas será que precisa?” Eu disse: “prefiro deixar de comprar qualquer coisa, ainda que seja comida, para poder dar essas vacinas na minha filha”.

Coincidentemente, na mesma semana estava acontecendo uma campanha de vacinação contra a pólio, e vi no jornal o relato de um pai que luta na justiça para conseguir levar à rede pública essas duas vacinas, pois seu filho, quando bebê teve uma meningite meningocócica, e ficou com sérias seqüelas, em cadeira de rodas, com prejuízo de desenvolvimento mental. Conheço uma amiga que perdeu uma filha de 2 anos com essa doença. E de tantos outros casos ouvimos falar.

Fico triste porque milhares de pessoas não têm acesso a essas vacinas. Procurei o lugar onde o preço era mais acessível e as condições de pagamento também. Graças a Deus pudemos pagar, mas e os que não podem?

Há ainda opção de vacinar a criança com dose única quando completa 1 ano. Mas que mãe fica tranqüila até lá!?? Foi o meu caso! Evitei e evito ainda hoje locais com aglomeração de pessoas, esperei alguns meses para ir à determinados lugares, como shoppings etc. Mas a cada dose de vacina, ia relaxando e curtindo mais os passeios.

Sempre acreditei na proteção divina, mas Ele também nos dá sabedoria para fazermos nossa parte!

Tanta coisa pra fazer!


Lembra de uma constatação que diz que, quanto mais ocupada uma pessoa é, mais conta ela dá de novas tarefas? Pois é, comigo tem sido assim!

Quando engravidei, parei de trabalhar (fora!), porque em casa, trabalhamos mais ainda! Tinha em mente curtir uma gravidez tranqüila, ficando em casa, passeando quando tivesse vontade e descansando!
Ok, estava enganada!

Como abri mão de recurso financeiro, passei a fazer todas as tarefas em casa, que não são poucas.

Quem me conhecia dizia: “você não vai conseguir ficar em casa”. Mas me adaptei super bem e gostei bastante da nova rotina. Talvez por ainda não tê-la curtido desde que me casei!

Minha avó diz que serviço de casa é serviço de louco! Nunca acaba! Você faz, faz, faz e tem sempre o que fazer. Quando termina tudo, começa de novo!
Aliando as tarefas domésticas com a chegada da Maria Júlia, não tinha mais tempo nem pra respirar!

Era engraçado... quantas vezes vivi a situação de não conseguir ir ao banheiro! Quando tomava banho então, sempre muito rápido, ficava com um olho no carrinho e outro no chuveiro! Lavar os cabelos era tarefa complicada, porque estava frio e não dava tempo de secar! Comer.... ah, comer. Ou a comida estava quente demais, ou fria.... tantas vezes almocei rapidinho na pia da cozinha... de pé! Confesso, envergonhada, que algumas vezes pulava a escovação de dentes entre uma refeição e outra. Manicure? Nunca mais! O Jô brincava comigo o tempo todo! “pra quem ia à manicure toda semana....”

E ainda ouvi uma pessoa me dizer: “mas que tanto você corre? Você não faz nada, só toma conta da Maria Júlia...”
RRRRRRRR – que raiva!
De fato, quem vê de fora, tem sempre uma história para se comparar... que no tempo das avós, elas acabavam de parir e logo iam puxar água do poço e carregavam a lata na cabeça, lavavam roupas na mão, fraldas de pano, trabalho na roça, tudo muito diferente das regalias de hoje em dia.
Depois de vários meses consegui ir ao mercado novamente! Parecia um sonho ir ao mercado! Me arrumar bonitinha, combinar roupas, maquiagem e cabelo se transformou em “eventos especiais”.
Parecia que nunca mais conseguiria ter um tempo pra mim.

Fico feliz porque pelo menos o poeta reconheceu que “Amélia é que era mulher de verdade”! Se as mulheres ganhassem, tivessem seus direitos e reconhecimento devido por todas as tarefas desempenhadas, estaríamos com certeza no topo da pirâmide!
Mas essa correria toda vai passando... aos poucos, começamos a sair de casa, passear com o bebê, a rotina do soninho deles vai se adequando e tudo vai se encaixando no nosso novo estilo de vida como mãe!
Hoje, só sei dizer que não consigo imaginar minha vida sem a Maria Júlia! Parece que antes dela nada aconteceu!
Sou apaixonada pela vida de dona de casa! Mesmo às vezes acordando bem cedo para passar, adiantar almoço, dar uma ordem na casa, sinto uma alegria tremenda!! É sinal que tenho uma casa, uma família linda, todos nós nos vestimos, por isso tanta roupa pra lavar e passar!

Agradeço muito a Deus por me dar essa oportunidade especial de ser mãe, esposa e dona de casa. Mesmo com tantas coisas pra fazer diariamente, consigo ver a bênção de Deus nos detalhes.
Desenvolvemos habilidades ímpares, como por exemplo, fazer 1 milhão de coisas ao mesmo tempo! Como tenho crescido com essas tarefas e responsabilidades. Detalhe: ao longo desse texto fui interrompida diversas vezes pela pequena puxando o mouse, telefone tocando, hora do suco e assim vai!

Mulheres, mães, donas de casa: parabéns para nós! Principalmente para quem, além de tudo que citei anteriormente, ainda trabalha fora!

Coisas que ela faz!



“As crianças estão cada vez mais espertas!”



Parece chavão, mas quando vivenciamos as experiências dos nossos filhos, vemos que é verdade!


Não quero ser uma mãe coruja (impossível), quero apenas tentar compartilhar meu espanto e alegria ao ver as conquistas diárias da Maria Júlia!


Quando ouvimos os comentários sobre outras crianças, não damos tanta importância e achamos que os pais são sempre exagerados nas narrativas dos feitos dos pequenos. Mas quando é com a gente, tem um sabor beeem diferente!


Nos surpreendemos a cada dia; essa é a verdade! Tem sempre uma novidade, um susto, uma exclamação! Afinal, as descobertas não param nunca nessa fase!


Mas para as mamães que acham que seus bebês de alguns meses dão trabalho, vai meu consolo: prepare-se, ainda não viram nada! Vai piorar sim, com certeza!


Fiquei de cabelo em pé quando a Maria Júlia aprendeu a rolar sobre si mesma, indo de um lado para o outro no berço. Já não podia mais deixá-la sozinha sobre a cama, por exemplo... quando começou a sentar, tudo de bom, porque o próximo passo era engatinhar!


E assim vai... quando começam os primeiros passos então, descobrem que são “livres”, “independentes”, “que têm vontade própria”.


Os brinquedos perdem a graça, e dão lugar às portas e gavetas dos móveis da casa inteira, tudo que tem tampa, tudo que abre e fecha, controle remoto, telefones, celulares e porque não, o computador. Computador? Com 1 ano e 2 meses? Sim, e já começou antes! O mouse é a atração! Pular na piscina (se deixarmos!), subir escadas, daí por diante.


Hoje, minha surpresa e apreensão foi ver minha filha subir sozinha no sofá da sala... sentou que nem gente grande! Fiquei maravilhada e ao mesmo tempo apavorada! Descer ainda é tarefa não aprendida...


E assim vai... objetos voadores arremessados pela janela e berço, sapatos que não ficam mais no armário, cd’s, dvd’s, aparelhos de mp3, roupas do armário e gavetas, livros, revistas etc.


Lembro-me como se fosse hoje quando soube da história de uma priminha, que na época tinha seus 2 aninhos... indo para a piscina de sua casa, aplicou protetor solar no cachorrinho (de verdade) para ele não se queimar no sol! A mesma fofa certa vez colocou o mesmo cachorrinho (coitado) dentro da máquina de lavar roupa, porque queria vê-lo “girar”, como nos desenhos!

Criatividade? Eles têm de sobra! Enquanto isso nos divertimos, nos espantamos, ficamos perplexos e curtimos muitas aventuras diariamente!

Primeiras experiências de um novo pai


Pior do que não saber o que fazer como mãe de primeira viagem, é ter que ensinar ao pai da criança coisas que você também não sabe!

Passei 40 dias na casa de meus pais quando a Maria Júlia nasceu. E graças a Deus por isso! Logo que saímos da maternidade, viemos para casa, aparentemente prontos para começar nossa vida de pai e mãe. Após a primeira noite de choro da pequena, fomos para a casa de meus pais de mala e cuia!

Nas primeiras noites, tinha momentos em que eu pagava para não sair da cama. Em um desses, o Jô gentilmente pegou a nenê para trocá-la antes de eu amamentá-la, adiantando para mim a doce rotina das primeiras madrugadas! Ele disse “deixa comigo, eu troco, fica mais um pouco na cama”, enquanto isso, toda a família dormia.

De repente, rompe um pedido de socorro vindo da sala! Levantei quase correndo para ver o que acontecia. Nossa pequena fez xixi enquanto o pai a trocava, e ele se desesperou. Mas não parou por aí! O xixi veio seguido de uma rajada de cocô, que podia ser vista até nos óculos do Jô. Ao invés de socorrê-lo, tive um ataque de riso, de acordar a casa toda!

Enquanto eu terminava de trocar a fralda da Jú, o Jô correu na área de serviço, pegou balde com água e panos de limpeza para limpar o sofá da sala e o tapete que também tinham sido carimbados!

De repente aparece minha mãe, com aquela cara de sono, perguntando o que tinha acontecido. O Jô preocupado com a sujeira, disse “nada não, Dô, volta a dormir, tá tudo bem”. Mas minha mãe logo avistou o balde, os panos e a blusa dele e inevitavelmente caiu na gargalhada. O Jô foi praticamente o único felizardo com acontecimentos desse tipo! Mas também, foi o primeiro a carregar nossa querida no colo assim que saiu da barriga da mamãe!

Os efeitos da gravidez no corpo da mulher


Imagino que todas as mulheres antes de engravidar se deparam com os fantasmas da transformação do corpo durante e após a gestação.

Todas que temos um pingo de vaidade que seja temem as estrias, flacidez, inchaços, varizes, excesso de peso, pele, cabelo etc.

Umas mais exageradas e outras menos, o cuidado com o corpo durante a gravidez nos acompanha todo o tempo. Lembro em uma de minhas primeiras consultas de pré-natal, quando perguntei ao médico se poderia fazer hidroginástica. Ele perguntou: “você tinha uma rotina de atividades físicas antes da gestação?”... eu disse “hummm... não. Do jeito que eu trabalhava, não sobrava tempo nem disposição para mais nada!”. Ele sorriu e disse “a mulher não faz ginástica, não corre e não faz natação. Basta engravidar pra querer fazer tudo, até saltar de bang jump!”

Deixando de abordar aqui a questão da saúde e da necessidade da prática diária de atividades físicas moderadas para o bem estar geral da gestante, quero me ater à estética!
Então, o médico me deu uma fórmula de hidratante corporal, para prevenir as temíveis estrias, e mandou manipular logo de barril!! Guardei cuidadosamente a receita, como se fosse algo de extremo valor!


Dias depois, começaram os enjôos e eu mal podia sentir cheiro de comida, quanto menos cremes, perfumes, sabonetes dentre outros!

Pensei, “tudo bem, ainda há tempo, a barriga nem começou a crescer!” Os meses se passaram, os enjôos também! Meu ganho de peso foi rigorosamente controlado, até porque engravidei bem acima do meu peso; então, tive que seguir orientações à risca. No começo foi tranqüilo, deixar de comer era fácil! No total, ganhei 11 kg e um parabéns orgulhoso de meu médico!

Voltando às estrias... lá pelo sétimo mês, estava orgulhosa, afinal nenhuma havia aparecido! Usava hidratante todos os dias, alternando com óleo de amêndoas e outros, apesar do calor, das roupas manchadas e da sensação terrivelmente pegajosa que eles proporcionavam!

Um belo dia, em frente ao espelho, pronta para tomar um banho, eis que as avistei. Eram três! Discretas, mas lá estavam elas! Puxa... Infelizmente não ficou por aí! Depois vieram outras, e outras, e outras... na barriga! Fiquei passada, mas ao mesmo tempo feliz, afinal era por uma ótima causa!

Além disso, a flacidez nos seios e na barriga também aparecem... no meu caso, pelo menos, já que não estava em plena forma antes da gravidez!

Acredito que para mulheres magras e malhadas, que cuidam da alimentação, tudo fique intacto, no seu devido lugar! E se retoma a forma antiga também facilmente.

Graças a Deus, ao meu marido companheiro e fiel e à minha boa auto-estima não tive uma crise! Como foi bom ouvir do meu esposo que aquelas marcas diferentes e novas no meu corpo eram benditas! São marcas da experiência maravilhosa de ser mãe! Isso basta!

Depois, com um pouco de determinação e paciência, tudo vai voltando ao normal. Ainda hoje percebo que a distância dos meus ossos da pelve não é a mesma; e talvez não volte mais. As olheiras depois que o bebê nasce, a queda de cabelos (em mim não notei muito, mas algumas mulheres dizem que sofreram bastante por isso), algumas linhas de expressão no rosto por causa do cansaço, fazem parte da história da maternidade!

Eu, particularmente, passaria por tudo isso de novo! Ver seu filho crescer, sorrir, se desenvolver, dar seus primeiros passos, falar suas primeiras palavras vale muito a pena, mesmo deixando marcas em nós!

O primeiro tombo a gente nunca esquece!



Eles são muito rápidos!

Em uma fração de segundos, tanta coisa pode acontecer!

Era dia 24 de Novembro de 2008, 2ª. Feira. Faltava 1 dia para a Maria Júlia completar 9 meses. Tudo estava perfeito, até porque naquele dia recebemos a notícia de que ela havia sido editada para seu primeiro trabalhinho! Faria um catálogo das meias Pucket...

Correndo pra lá e pra cá a fim de conseguir ganhar tempo e sair logo depois do almoço, papai e mamãe freneticamente fazendo as coisas na hora do almoço.

Eu estava ao lado do carrinho, de costas, e o pai tinha acabado de tirar o cinto da cinturinha da Maria Júlia para tirá-la do lugar... mas antes, virou para colocar o prato da comida dela sobre a mesa, ao lado... tempo suficiente para ela se inclinar e mergulhar de testa no chão.

O barulho do tombo ficou ressoando na minha cabeça e do Jô pelo menos algumas semanas... ver o corpinho da minha filha ali estirado no chão foi a maior dor da minha vida! Ela chorando, eu clamando pela misericórdia de Deus e meu esposo com ela no colo, encostado na parede para conter as pernas trêmulas.

Graças a Deus ela não desacordou, não vomitou, não perdeu o ar e incrivelmente não ganhou um “galo” enorme de presente na testa! Depois de vários minutos de adrenalina e desespero nos ocorreu colocar gelo na testa dela. Ficamos absolutamente inertes no meio daquele desespero todo.

Percebemos então que nosso nervosismo estava deixando a menina mais assustada do que de fato a situação havia provocado.

Como marinheiros de primeira viagem, tivemos que ir ao pronto socorro! Não ia sossegar enquanto não ouvisse um médico dizendo que realmente estava tudo bem. A Maria Júlia já saiu rindo e brincando de casa à caminho do PS, mas eu e seu pai, só Deus sabe o tamanho que estava o nosso coração...

Ao examiná-la, a médica logo disse que parecia estar tudo em ordem, mas para nos tranqüilizar, pediu um raio X da cervical e uma tomo da cabeça. Ela precisaria ser sedada para fazer a tomo, mas milagrosamente ela dormiu minutos antes do exame e só acordou depois de ter terminado... tudo estava perfeito, mas acreditem, semanas depois ainda me aterrorizava a idéia de um “efeito retardado do tombo”. Coisas de mãe neurótica!

Aprendi depois daquele dia que as coisas acontecem! Cercamos nossos filhos de cuidados extremos, mas mesmo assim parece não ser suficiente! Aprendi que Deus de fato acampa seus anjos ao nosso redor, e dos pequenos então, nem se fala! Aprendi que nem tudo é uma tragédia! A testa da Maria Júlia, 2 dias depois da queda não tinha sinal nenhum! Graças a Deus! Ela estava esperta, feliz e brincalhona como sempre!

Ela não fez seu primeiro trabalhinho naquele dia. Ao invés de posar para fotinhos, passamos a tarde no pronto socorro! Enfim, foi inesquecível de qualquer forma!

P.s.: dependendo da gravidade do tombo e das reações da criança, é importante procurar um pronto atendimento. Melhor pecar pelo exagero do que pela omissão!

Amamentação


Embora seja um ato natural, a amamentação tranqüila depende de uma série de fatores que interferem drasticamente na produção do leite...

A maioria das mulheres sonha com isso! É realmente especial; um ato regado de amor, que fortalece o vínculo entre mãe e filho...

Mas quando chega o momento, cada mulher tem uma experiência diferente. Existem regras, mas cada caso é um caso.

Eu tive muitas dificuldades para amamentar minha filha... sou uma pessoa ansiosa, e antes do parto, para mim foi inevitável que a ansiedade tomasse conta de mim! No pós parto relaxamos, mas começa então uma maratona exaustiva de noites em claro, cansaço, o próprio desgaste que o parto produz, seja normal ou cesárea...

A verdade é que a amamentação, apesar de ser natural (toda mulher tem e produz leite, e leite de qualidade, fundamental para a vida do bebê), depende muito de nosso estado emocional. Quando estamos tranqüilas, desde ao longo da gravidez, nos momentos que antecedem ao parto às primeiras semanas, o aleitamento flui de forma especial e abundante. Comigo não foi assim!

A Maria Júlia nasceu sabendo mamar! Não me deu nenhum trabalho! Uma perfeição! Tem bebês que sentem dificuldade de abocanhar corretamente os seios, de sugar, dormem muito no peito e não mamam direito etc... Mas no meu caso, a Júlia mamava direitinho e sentia muita fome. Depois de alguns dias, com muito choro, cheguei à conclusão de que ela não estava se satisfazendo após as mamadas.

Logo nos primeiros dias, apareceram as terríveis e temíveis rachaduras. Meu Deus! Que dor é aquela! Toda vez que chegava na hora de amamentar, eu ficava tensa, chorava de dor, gemia, mas fazia de tudo para agüentar firme, porque aquele momento era da minha filha! Depois da pomada que me deram na maternidade (Lancinoh – lanolina pura medicinal, que pra mim não ajudou quase nada!) e muitos dias de choro e sofrimento, uma querida amiga me deu a dica que ensinaram à filha dela. Depois de todas as mamadas, fazer um banho de luz (com uma lâmpada mesmo, de abajour) durante 10 minutos em cada seio. Foi meu livramento!! Funcionou direitinho, e dentro de alguns poucos dias, comecei a desfrutar desse momento maravilhoso!

As rachaduras tendem a desaparecer em 15 ou 20 dias, mas quanto antes, melhor! Mesmo fazendo todo o preparo na gravidez (bucha vegetal, banho de sol, esfregar toalha, usar concha etc), acho que as rachaduras são bastante freqüentes.

Mesmo assim, o cansaço, a falta de sono adequado, o stress, que gera ansiedade e toda a novidade do momento continuaram a atrapalhar minha produção de leite. Quem me conhece, brinca ou chegou a brincar comigo! Portadora de um par enorme de seios, parecia piada dizer que não tinha leite o suficiente, para minha profunda tristeza e frustração. Quando eu apertava os mamilos, vinham algumas gotinhas, quando na minha concepção, deveria jorrar leite! Chorava muito, pedia a Deus, tentava relaxar.... tomei chá da mamãe (da Oetker), sintocinon nas narinas, plasil, litros de água, canjica e todas as outras receitas que conhecemos milenarmente! Tudo que me diziam, eu tentava!

Tinha pavor cada vez que tinha que complementar a mamada com a chuquinha, pois sabia do risco que eu corria em muito em breve ser trocada pela mamadeira.

Insisti pra caramba.... até que depois de 2 meses, me rendi e corri na minha neuro-psiquiatra, que já me acompanha há alguns anos, por causa de um transtorno de ansiedade.

Ela me prescreveu a dosagem máxima permitida de fluoxetina durante o aleitamento (20mg) e a sulpirida, remédio especifico para tratar ansiedade e depressão no pós-parto. Aleluia!! Relaxei, a ansiedade patológica foi embora e comecei a viver dias de realização plena! Acordava com o absorvente de seios cheio, e ficava super feliz quando vazava na roupa! Olha isso! A Maria Júlia ficava tão fartinha, que golfava quase sempre depois das mamadas! E para minha alegria, amamentei até os 10 meses dela, quando se iniciou um processo bastante natural de desmame.

Valeu a pena toda a dor, sofrimento, acordar a noite dentre outros! A Maria Júlia nunca ficou doente, comprovando tudo o que dizem dos benefícios da amamentação. Mas, como também vivi a realidade de quase não conseguir amamentar, segue meu consolo e conselho: Deus conhece nosso coração, sabe de nossos desejos. Devemos fazer tudo que está ao nosso alcance para fazer da amamentação uma realidade prazerosa e possível. Se mesmo assim não der, depois de todas as tentativas, relaxe. Seu amor pelo seu filho nunca será menor por causa disso!

Gravidez



Este momento sem dúvida é um dos mais marcantes na vida de uma mulher! Todas nós sonhamos com a gravidez, imaginamos, pensamos, programamos, mas nunca chegamos perto da explosão de emoções e sentimentos que passam a nos conduzir desde o momento que nos deparamos com o resultado “positivo”.

Alegria, amor, medo, insegurança, ansiedade, sono profundo, enjôos, algumas esquisitices etc.... essa passa a ser a rotina da mais nova grávida! Estranho? Não! Absolutamente NORMAL!

Quem já passou sabe! As transformações hormonais aliadas à própria transição emocional, sentimental e física nos fazem viver uma montanha-russa de novas experiências! E o papai tem que estar preparado para entender esse universo quase que particular que a grávida experimenta.

Viva tudo intensamente! São 10 maravilhosos meses que passam, embora quando estamos neles, parecem eternos. Umas mulheres vivem esse tempo com mais “sofrimento”, outras curtem mais... a verdade é que cada experiência de gestação é única e com certeza ficará para sempre na nossa lembrança. Mais do que isso: arraigada no nosso coração!